20 março 2009

As Misericórdias de Deus - O Conforto que Deus Supre nas Horas de Angústia e Dor


Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do veneno.
Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim. Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Renovam-se cada manhã.
Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele;Ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança.Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta.O Senhor não rejeitará para sempre;
Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias;Porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,Perverter o direito do homem perante o Altíssimo,Subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor?

Lamentações de Jeremias 3:21 - 36


Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.


O profeta Jeremias nos deixou um excelente poema falando acerca da misericórdia de Deus em Lamentações de Jeremias capítulo 3. No início do capítulo 3 de Lamentações de Jeremias, o profeta está refletindo sobre a destruição de Jerusalém e o desterro do povo judeu para a Babilônia do rei Nabucodonosor. Pelas palavras dos versos 19 e 20:


Lembra-te da minha aflição e do meu pranto,do absinto e do veneno. Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim.


ele nos indica que a dor e a angústia retornavam todas as vezes que ele se lembrava de suas tribulações e suas reflexões eram tão deprimentes quanto suas perspectivas. Talvez como Jó o profeta estivesse pensando em "esquecer" suas aflições:

Se eu disser: eu me esquecerei da minha queixa, deixarei o meu ar triste e ficarei contente ainda assim todas as minhas dores me apavoram, porque bem sei que me não terás por inocente - Jó 9:27 - 28.

Mas não adiantava. Ele se lembra em todas as ocasiões - "minha alma continuamente os recorda" - verso 20 - da sua "aflição, do pranto, do absinto e do veneno" - ver verso19.
É com estas palavras que ele se refere, de forma enfática, acerca da sua aflição. Era esta a maneira como ele percebia suas dores e como se sentia ao pensar nelas. Seus pensamentos se transformavam na própria miséria. Jeremias bem sabia que tudo pelo qual ele e o povo de Israel estavam passando era fruto do pecado e é exatamente o pecado que torna o cálice da aflição em um cálice de amargor profundo.

Ele se lembrava que os cativos na Babilônia deviam ter bem vívidas em suas mentes as cenas do cerco, do incêndio e da destruição de Jerusalém. E certamente, como o próprio profeta eles deviam estar se lembrando de Sião, pois era impossível esquecer Jerusalém:

Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria - Salmos 137:1, 5 - 6.


A alma do profeta não estava somente abatida por causa da aflição em que ele se encontrava em profundo amargor - "absinto e veneno" - mas também por causa do pecado. Da mesma maneira nós devemos humilhar nossos corações quando Deus, em Sua providência, permite que sejamos afligidos ou nos aflige por causa dos nossos pecados. Quando temos esta atitude nós podemos nos aperfeiçoar pelas correções do passado e do presente e evitarmos as futuras.

A partir do verso 21, entretanto, as nuvens negras começam a se dissipar e começamos a enxergar o céu azul novamente. A queixa do profeta desde o começo do capítulo 3 e até o verso 20 era realmente muito deprimida e deprimente. A tristeza e a melancolia podem fazer o coração arrebentar. O profeta sabe disso e em vez de se entregar completamente à melancolia ele prefere resgatar seu coração, livrando-o da tristeza imensa, trazendo à memória o que me "pode dar esperança" - ver verso 21.

As coisas que podem dar esperança ao profeta não são, neste contexto, as coisas antigas e passadas e sim as que ele espera que virão. Muitas vezes nossos corações estão cheios de tristeza e de aflição e nos sentimos perdidos e esquecidos. Mas Deus em Sua graça infinita nos desperta pela leitura da Sua palavra, por uma palavra amiga ou por uma lembrança e nos renova em esperança impedindo-nos de mergulharmos de cabeça no fundo do poço.

Vamos juntos ver a que coisas o profeta poderia estar se referindo quando disse:


Quero trazer à memória o que me pode dar esperança - Lamentações de Jeremias 3:21.


I. Em primeiro lugar o profeta reconhece que mesmo que as coisas estejam ruins, é somente pela graça de Deus que elas não estão piores. E nós sabemos que as situações podem ser sempre piores. Nós somos afligidos pela vara do Senhor, mas é por causa das misericórdias do Senhor que não somos consumidos:


As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim - Lamentações de Jeremias 3:22.


Quando estamos enfrentando problemas e dificuldades nós devemos, para o encorajamento da nossa fé e esperança, observar quais são os benefícios que tal situação nos traz, além do mal evidente que é mais fácil de perceber. A situação está ruim, mas poderia ser bem pior e com esta possibilidade temos o outro lado de que a situação pode ser melhor. Note as coisas que o profeta nos ensina:


  • Ele reconhece o fluxo constante das misericórdias do Senhor. Por causa deste fluxo constante nós não somos consumidos. Somos como a sarça ardente, pegando fogo, mas não consumidos. Como igreja, independente das aflições pelas quais temos que passar, temos a certeza que estaremos aqui até o final dos tempos. O apóstolo Paulo resumiu bem esta verdade ao dizer:

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo - 2 Coríntios 4:7 - 10.



  • As misericórdias fluem de uma única fonte: Deus. Note a forma plural "misericórdias" que denota tanto abundância como variedade. Deus é uma fonte inesgotável de misericórdias. É por este motivo que ele é chamado de: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação - 2 Coríntios 1:3. Todos nós somos devedores à misericórdia de Deus pelo fato de não sermos consumidos.

II. Em segundo lugar o profeta, na sua profunda dor e aflição, ainda pode experimentar a ternura da compaixão divina e a verdade da promessa de Deus. É certo que em outros momentos ele se queixou do fato de Deus não ter demonstrado piedade, como quando disse:


Afastou a paz de minha alma; esqueci-me do bem. Então, disse eu: já pereceu a minha glória, como também a minha esperança no SENHOR - Lamentações de Jeremias 2:17 - 18.


Mas agora ele se corrige e reconhece:



  • Que as misericórdias do Senhor não falham por causa da fidelidade de Deus. Mesmo em tempos difíceis quando parece que Deus bloqueou Suas misericórdia elas continuam, de fato, fluindo. Os rios das misericórdias de Deus correm cheios e transbordantes e nunca estão secos. Caso o suprimento do dia anterior alcance um nível baixo, o profeta tem certeza de que as misericórdias do Senhor serão completamente renovadas pela manhã. A cada manhã um novo, completo e suficiente suprimento estará disponível. No meio das suas aflições Jó disse que Deus visita os filhos dos homens a cada manhã:

Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova? - Jó 7:17 - 18.
De maneira semelhante o profeta Sofonias reconhece que Deus traz à luz Seu juízo manhã após manhã:


O SENHOR é justo, no meio dela; ele não comete iniqüidade; manhã após manhã, traz ele o seu juízo à luz; não falha; mas o iníquo não conhece a vergonha - Sofonias 3:5.


Quando as coisas nas quais confiamos nos são tiradas o Senhor permanece constante manhã após manhã.

Que a fidelidade do Senhor é grande. Mesmo quando parece que o Senhor quebrou Sua aliança conosco ela está em plena força. Mesmo que Jerusalém esteja em ruínas, a verdade do Senhor dura para sempre. Não importa que tipo de dores e problemas nós tenhamos que enfrentar, nós não podemos nestes momentos entreter, nem por um segundo, pensamentos errados acerca de Deus e sim manter firme nossa posição de que Ele é compassivo e fiel:


As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade - Lamentações de Jeremias 3:22 - 23.


Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens - Salmos 90:3.


* obs: tem continuação.


Abraços a todos.Raquel

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